1,2,3,4...
1,2,3,4...
1,2,3,4...
torto
contra a paisagem
vejo tudo
desnudo
eterno
andar
ao vento
atento
tudo
ao meu ver
1,2,3,4...
1,2,3,4...
1,2,3,4...
o sol
desmembra
a carne
viva
célula
brilha
rebrilha
em contato
a partícula
onda
envolta
revolta
em mim
1,2,3,4...
1,2,3,4...
1,2,3,4...
acima
suspiro
fluindo
em vórtices
visões
passageiras
reveladoras
memórias
de um tempo
remoto
remonto
tudo
completo
pleno
a sabedoria
em uma
só
voz
1,2,3,4...
1,2,3,4...
1,2,3,4...
contemplo
meu
tempo
aquém
da aparição
desmedida
curva
ascendente
reluz
ardente
queima
e enraiza
o chão
1,2,3,4...
1,2,3,4...
1,2,3,4...
em ti
reconheço
a filha
a mãe
a medida
da tarde
que finda
em olhos
coração
1,2,3,4...
1,2,3,4...
1,2,3,4...
condenso
a rara
dúvida
no peito
na estrela
da manhã
1,2,3,4...
1,2,3,4...
1,2,3,4...
procuro-te
ciente
e construo
um horizonte
pra gente
andar
1,2,3,4...
1,2,3,4...
1,2,3,4...
nego tudo
diante
do raro
instante
tentação
flutuante
em bolas
de cor
e amor
1,2,3,4...
1,2,3,4...
1,2,3,4...
um mundo
colorido
rindo
ao redor
pulsa
a matéria
a miséria
a flor
1,2,3,4...
1,2,3,4...
1,2,3,4...
contudo
aparece
o tempo
que tudo
converte
lento
a muralha
rígida
em pó
1,2,3,4...
1,2,3,4...
1,2,3,4...
a imagem
que queremos
bela
retém
aquela
onde
a parte
aporta
o todo
1,2,3,4...
1,2,3,4...
1,2,3,4...
caminho
pela encosta
relendo
livros
indícios
de respostas
vagas
compactas
em oração
1,2,3,4...
1,2,3,4...
1,2,3,4...