o encontro

Embarquei para uma cidade que só conhecia de ouvir falar. Não tinha nada a perder. Só queria me perder um pouco para poder me encontrar. Buscava um lugar onde a vida fizesse um pouco mais de sentido. Cheguei na rodoviária às 11 da noite. Fazia frio. E minha companhia naquele momento era um cachorro que estava deitado no chão e uns poucos insetos que insistiam em me importunar. Só me restava sentar e esperar até que o ônibus chegasse. Nesse meio tempo sentou-se ao meu lado uma senhora acompanhada de uma criança. Deixava transparecer uma certa timidez. Ensaiou bastante e, mostrando seu bilhete, me dirigiu a palavra perguntando se aquela era a plataforma de embarque correta. Disse que sim e que o ônibus estava para chegar. Perguntei para onde estava indo. Disse que ia levar seu filho ao médico. Perguntei o que tinha o menino. Me respondeu que era doença ruim.

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