vista de cima minha cidade
tem luzes com um quê de poesia
cada casa
cada canto
cada poste
cada vaso
cada planta
cada porta
cada parte
é um todo
vista daqui de onde estou
a essa hora
a cidade dorme
e seus postes
como abajures
conservam à meia luz
todos que habitam em suas
ruas
casas
casebres
prédios
nesta cidade
cada canto
conserva um quê de saudade
mas não da vida como ela é agora
dura e compactada
pela luz que estatela a todos no pano de fundo
da realidade do agora
mas a vida de antes
a vida como era
a vida da imaginação
de ver o que não se via
de sentir o que não se tinha
de pegar o que era inalcançável
a cidade, à meia luz, reúne todos
cães, vivos, mortos, almas e passarinhos
todos à meia luz
a cidade
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